sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

CURA ESPIRITUAL E EXORCISMO - INTRODUÇÃO



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INTRODUÇÃO

A Cura Espiritual é uma “terapia” milenar, que infelizmente é em regra praticada sob outras denominações e por indivíduos ou Igrejas sem escrúpulos, que aproveitam nas suas bolsas o infortúnio alheio. 

O Exorcismo, que na sua essência é também uma cura espiritual, não é uma propriedade do Cristianismo ou da Igreja Católica. 
Já os hebreus faziam exorcismos e a Igreja Latina só instituiu este sacramental no século IV. A Igreja Ortodoxa tem vindo a considerar o exorcisato um carisma pessoal.
Para a Igreja Latina, exorcista é o sacerdote autorizado pelo Bispo (veja-se no Código de Direito Canónico, o Cânone 1172), que realiza o sacramental do exorcismo usando as orações oficiais que lhe estão reservadas e que envolvem conjuntamente a autoridade da Igreja, como constataremos na parte que reservámos à prática do exorcismo maior.

O exorcismo tem hoje uma procura que nada fazia prever. Julgamos que só em Itália existem mais de 300 padres exorcistas e conta com uma Associação Internacional de que é Presidente Honorário o Pe. Gabriele Amorth, exorcista famoso da diocese de Roma.
Em Portugal contamos com inúmeros exorcistas, a maioria exercendo sem a autorização diocesana. 

Na nossa atribulada mas abundante vida, tivemos o privilégio de conhecer há muitos e muitos anos, quando a nossa fé nos parecia inabalável, alguns santos-homens que nos iniciaram nestas matérias tão controversas, nomeadamente na Teologia Dogmática. Pouco vos poderei dizer sobre esse percurso; as palavras nunca iriam reflectir os acontecimentos. As palavras não são as “coisas”.

Este artigo deve ser entendido como uma divulgação dessas experiências e estudos, de forma a desmascarar, na medida possível, uma “corja” de falsos curadores e exorcistas que apenas intentam o seu enriquecimento a expensas de gente desesperada e proliferam em progressão geométrica neste mundo completamente desconcertado e desconcertante, onde a espiritualidade foi relegada para os últimos planos da existência. 
Atente-se que a maioria dos homens que professam religiões, são “ateus práticos”. Não vivem n’Ele nem com Ele e agem na vida como se Ele não existisse. São estes as presas mais fáceis dos falsos discípulos.

Não vou afirmar nem negar a eficácia, quer da Cura Espiritual quer do Exorcismo, nem declarar a minha fé nas verdades (mistérios e dogmas) de qualquer religião, seja ela qual for. 
Não é esse o propósito do artigo e deve ser compreendido com a objectividade que presidiu à sua elaboração. 


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A CURA ESPIRITUAL



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DA CURA ESPIRITUAL


A cura de doentes pela imposição das mãos é tão antiga quanto a humanidade. Bastará que nos lembremos do acto quase instintivo da mãe que acaricia as regiões corporais de seu filho enfermo.
Nas diversas culturas, são muitos os métodos de cura com pontos comuns e especificidades próprias.
De todos eles, o unanimemente julgado superior é o da Cura Espiritual, em que o terapeuta mais não é do que um canal da Energia que flui no Cosmos.
Sinteticamente, diga-se, que o terapeuta se limita a transmitir ao paciente a Força Energética Curativa sem qualquer intervenção mental. Abandona-se a essa Força superior, que percorrendo o seu Espírito, como rio que flui num desfiladeiro e se lança numa baía, se deposita no paciente que a absorve. Do mesmo modo, o exorcista não actua em nome próprio, mas no de Deus ou de Cristo. 

O curador pode ou não ser religioso, invocar os seus deuses, anjos, santos, beatos e entes similares ou tão-somente consciencializar-se da Energia Curativa e sua origem.
No entanto, tenha-se em consideração que este tipo de cura só será acessível a seres com elevado grau de pureza e desenvolvimento espiritual; iremos encontrar idêntica limitação nas exigências da Igreja Católica no que ao exorcismo respeita. 

Uma primeira advertência: os médicos alopatas, os cépticos e a comunidade científica são em regra acérrimos críticos de todas as formas de cura que não se estribem no limitado espírito científico, nas verdades racionalistas do século. Atitude que se vem repetindo no decurso da história, bastando-nos retroceder um ou dois séculos, minúsculo grão de poeira no tempo, para que possamos entender as duas faces da ciência e da sua vulnerabilidade. O mesmo se dirá quanto a inúmeras crenças e dogmas da actividade meramente espiritual.

O curador espiritual não faz diagnósticos, não promete curas generalistas, específicas ou milagrosas. Não pode prometer o que não depende de si mesmo.
Também não deve em caso algum tratar pacientes que não estejam a ser diagnosticados e seguidos por médico assistente, não interferindo nunca na acção deste, nomeadamente denegrindo a sua ciência. Essa seria uma atitude irreflectida, prejudicial para o paciente; em rigor, um bom médico já é por si mesmo um tratamento, independentemente dos fármacos que prescreve.
Não cobrará em caso algum qualquer importância pelo seu trabalho. O médico procura e ama o oiro, o terapeuta espiritual o Espírito. Daí que seja necessário acautelarmo-nos com os curandeiros fraudulentos, que abundam e se multiplicam nos tempos de crise moral e económica, enriquecendo à custa dos simples, fracos e crédulos.

Os médicos e outros profissionais de saúde, fundamentam-se na sua ciência e nos seus poderes próprios, enquanto os terapeutas espirituais, se sentem humildemente utilizados como canal transmissor, tal como ocorre com os verdadeiros exorcistas.
Mas, quer o cepticismo racionalista elevado a um fundamentalismo pertinaz, quanto a superstição e a crença cega, são os maiores obstáculos ao desenvolvimento da espiritualidade.


***


Temos narrações de curas espirituais realizadas na presença do paciente, à distância, instantâneas, em várias sessões, com procedimentos vários, pela imposição das mãos na cabeça ou nas partes enfermas ou apenas pela sua maior ou menor aproximação ao corpo.


PROCEDIMENTO

1. O terapeuta deve estar em paz consigo, o corpo distendido e a mente tranquilizada pela cessação da actividade da mente;
2. Antes de iniciar o tratamento, deve pois preparar-se para o acto, pela oração, meditação ou por qualquer outro método que lhe permita aceder à Energia Curativa. Um curador que conheci há dezenas de anos e que não professava qualquer religião, não obstante tenha sido educado segundo os princípios da Igreja Católica, utilizava a seguinte fórmula, umas vezes a sós outras já na presença do enfermo:

“Eu que sou nada e se algo sou o sou em Ti, peço-te humildemente que me uses para o Bem.
Que a Tua força e paz sejam derramadas sobre mim, que me abro à Tua energia santificada para que me percorra na direcção deste Irmão, pacificando-o e curando-o de todos os males.” 

3. Sentar-se-á junto do paciente, que poderá estar sentado ou deitado, preparando-o segundo as suas convicções e visualizando a operação de cura. Alguns proferem orações em consonância com os seus credos. Outros limitam-se a obter por via do silêncio a tranquilidade espiritual que deverá sempre emanar da sua presença, transmitindo-a ao ambiente que os cerca.
4. Ultrapassada esta fase, sentindo-se em verdadeira comunhão com a Energia Curativa do Universo, deverá impor as mãos no paciente ou a alguma distância do seu corpo, segundo a sua intuição;
5. A Energia curativa começará a fluir pelo terapeuta e conduzida pelas suas mãos ao paciente. É fundamental que ambos estejam plenamente convictos de que essa energia não procede do terapeuta. Alguns irão identificá-la com o poder curativo de Deus, Jesus, Alá, Espírito Santo, de um Anjo, enquanto outros com a Energia própria do Cosmos. Conheço quem afirme, mesmo sem professar qualquer crença, que é o Espírito Santo que cura e a Ele se dirige (é óbvio que a sua interpretação do Espírito Santo não coincide integralmente com a doutrina da Igreja Católica);
6. Quando o terapeuta consegue visualizar correctamente o fluxo energético que o percorre e se vai depositar no paciente, e quando este também manifesta sinais de o estar a receber, sabemos que nada está a obstar à obra do Espírito Santo.
7. Aí, dará por finda a sessão, proferindo palavras de encorajamento e agradecimento segundo as suas crenças pessoais.
8. Se se mostrar necessário, tendo por pressuposto o estado psicofísico do enfermo, repetirá as sessões.




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EXORCISMO - DOUTRINA E PRÁTICA



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DOUTRINA – INTRODUÇÃO À PRÁTICA DO EXORCISMO

Segundo a Igreja Católica “Deus, infinitamente perfeito e bem-aventurado em Si mesmo, num desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para o tornar participante da sua vida bem-aventurada. Por isso, sempre e em toda a parte, Ele está próximo do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-Lo, a conhecê-Lo e a amá-Lo” (Catecismo da Igreja Católica, Prólogo).
A existência de Deus é a verdade fundamental de qualquer religião. Deus que não pode ser compreendido, já que ao limitado está vedada a compreensão do ilimitado, mas que pode ser conhecido pela luz natural da razão humana e a partir das coisas criadas (Concílio Vaticano II e Rom 1, 20). Conhecimento que só se torna possível às almas que o querem efectivamente conhecer. 

O mundo exige uma causa de si mesmo e essa causa é Deus.
O homem deseja Deus, porque esse desejo infinito está desde sempre inscrito no seu coração, em virtude de ter sido criado por Ele e para Ele. Uma relação íntima e vital une-os (GS 19, 1), transformando-nos em seres essencialmente religiosos.

Apesar de habitar uma “luz inacessível” (1 Tm 6, 16) revelou-se-nos e falou-nos pelo seu Filho amado (Heb 1, 1-2). 
Crer em Deus é crer inseparavelmente em Cristo, em quem Ele pôs todas as suas complacências (Mc 1, 11). Mas indo mais longe, na interpretação do mistério trinitário (o mistério é uma verdade incompreensível, mas na qual cremos por via da revelação de Deus contida na Sagrada Escritura e na Tradição), a Igreja considera que só Deus pode dar-nos o seu conhecimento, revelando-Se como Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas com a mesma natureza divina, sendo por consequência um só Deus. 
Tenhamos em consideração que a Revelação de Deus ao homem teve o seu fim e ponto mais alto com a Encarnação do Verbo.

Deus é o Criador (Gn 1, 1 e Jo 1, 1-3), espírito infinitamente perfeito, existente por si mesmo, de quem todas as coisas e entes recebem a existência. O mundo e criaturas foram criados para sua glória, sem outra razão senão o seu amor e bondade. Como escreve Santo Agostinho, “Aperta manu clave amoris creaturae prodierunt”, o que quer dizer, “as criaturas saíram da mão aberta pela chave do amor”, estendendo-se a Sua misericórdia a todas elas (Sl 144,9).

No quarto Concílio de Latrão, afirmou-se que Deus “desde o princípio do tempo, criou do nada uma e outra criatura, a espiritual e a corporal, isto é, os anjos e o mundo terrestre. Depois criou a criatura humana”.
Os anjos são uma verdade de fé, criaturas espirituais superiores ao homem e inferiores a Deus, criados para o louvarem e cumprirem as suas ordens.
Santo Agostinho ensinava: “Angelus officii nomen est, non naturae. Quaeris nomen naturae, spiritus est; ex eo quod agit, angelus”, o que significa que Anjo é nome de ofício, não de natureza. Desejas saber o nome da natureza? Espírito. Desejas saber o nome do ofício? Anjo. Pelo que é, é espírito; pelo que faz, é anjo.

Na categoria dos Anjos, alguns mantiveram-se fiéis e ao serviço do Criador, enquanto outros chefiados por Lúcifer ou Satanás, revoltaram-se contra Deus e foram expulsos e condenados ao Inferno, procurando que os homens se revoltem contra aquele. Ao Demónio chamam-lhe “adversário do homem” (1 Pedro 5, 8), “Tentador” (Mt 4, 3 e 26, 36-44), “homicida” (Jo 8, 44) e até “Príncipe deste Mundo” (Jo 12, 31).
O Maligno é o Senhor das Trevas (Lc 22, 53) que serão combatidas até ao fim dos tempos (Mt 24, 13, e 13, 24-43) numa batalha sangrenta.


***

Para Freud, o Diabo é o melhor subterfúgio para desculpar Deus.
Alçada Baptista refere, que a teologia moderna, preocupando-se em ser mais cientista do que a ciência, anda a ver se disfarça esta presença insólita do Diabo e toda a liturgia que lhe está inerente, como quem enfia na cave um parente incómodo, em dia de visitas.

Nesta perspectiva, muitos interpretam o Diabo das Escrituras de modo figurativo, como mera representação do mal. 
Não sabemos se o Diabo existe, mas sabemos que o mal tem uma existência constante.

Na primeira carta atribuída a S. João (1 Jo 5, 19) pode ler-se: “Bem sabemos que somos de Deus ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno”.
Na carta aos Coríntios S. Paulo chama a Satanás “deus deste mundo”.
Para a Igreja, o Demónio é um Antideus, que causa possessões, obsessões (pensamentos invencíveis, fenómenos do tipo paranormal), infestações (em casas, objectos e animais) e outros males maléficos, bem como tentações no coração dos homens, levando-os por vezes a contrair pactos de sangue.
Se extrairmos Lúcifer da Sagrada Escritura, muito provavelmente o Cristianismo acabará por ficar embaraçado e até desacreditado, no sentido da lógica que lhe preside.
Como ensinou Santo Agostinho, “sem Diabo não há Cristo”.

***


Deus criou o ser humano à sua imagem (Gn 1, 27) colocando-o no Paraíso (Gn 2, 15), mas o homem caiu (Gn 3) por obra de Satanás ou Lúcifer, o chefe dos Anjos decaídos, cometendo o pecado original (Gn 2, 17), que não foi de gula mas de soberba, querendo igualar-se ao Altíssimo, e que se transmitiu a todos os homens, ficando apenas dele isentos a Virgem Maria e Cristo.
Deus tendo compaixão do homem caído no pecado prometeu-lhe a vinda do Redentor, que encarnou e se fez Homem, oferecendo-se na Paixão e morrendo por nós, para que ficássemos libertos do pecado e do demónio.


***


Cristo venceu a tentação de Satanás no deserto (Mc 1, 12-13), expulsou demónios (Mt 12, 27-29) e concedeu aos Apóstolos e aos seus discípulos o poder de expulsar os espíritos malignos (Mc 3, 14-15 – veja-se também Mc 16, 17). 
Por tal motivo, “Quando a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objecto sejam protegidos contra a acção do Maligno e subtraídos ao seu domínio, isso chama-se exorcismo” (Catecismo da Igreja). 
Não obstante, Jesus terá dado o poder de exorcizar a todos os seus seguidores, a todos os cristãos (Mc 16, 17). Mas, assumindo-se como católicos, os crentes têm o dever de observar os preceitos da sua Igreja, que restringe a celebração aos sacerdotes.

Podemos distinguir entre exorcismos menores (no Baptismo os baptizandos renunciam a Satanás) e maiores, que têm como finalidade expulsar os demónios ou libertar pessoas, animais ou objectos da influência diabólica.
O exorcismo dos possessos deve ser realizado mediante autorização do Ordinário do lugar, em regra o Bispo diocesano (Código de Direito Canónico, can. 1172) e em conformidade com o Ritual Romano de Celebração dos Exorcismos (seguimos neste particular a edição da Conferência Episcopal Portuguesa).

O sacerdote escolhido para o acto deve ser dotado de:
- piedade;
- ciência;
- prudência; e
- integridade de vida.
Guardará sempre o segredo da confissão.

Alguns exorcistas, não só os católicos, têm o carisma de “expulsar demónios” ou realizar “curas espirituais” nos possuídos e enfermos. Normalmente, têm os seus processos específicos de operar, em regra pouco ortodoxos, e uma intuição que lhes permite interpretar o quadro patológico do exorcizando. É interessante realçar a forma como muitos deles, servindo-se do Ritual Romano o alteram de modo substancial, aplicando-o às suas próprias crenças e ao caso específico da pessoa que buscam auxiliar.  

O sacerdote exorcista deve ponderar com toda a diligência:
- não crendo sem mais, que a pessoa esteja possessa pelo Diabo, devendo averiguar por todos os meios à sua disposição se não se indicia a existência de alguma patologia, especialmente psíquica;
- não aceitar sem cuidada averiguação, que haja possessão apenas porque a pessoa se queixa de desolação e de estar a ser atormentada ou atingida por malefícios, maldições, má-sorte que lhe tenham sido lançados.
- estar atento às artes e maquinações do Diabo no que se refere aos erros que provoca nos homens;
Na maioria dos casos, não estaremos efectivamente perante possessões demoníacas, não se justificando o exorcismo, mas antes, o conforto moral e espiritual do exorcista ao que o procura, que pode ser prestado por meio de orações e palavras. O exorcista é antes de tudo, o sacerdote que ouve e faz por aproximar os que buscam o seu socorro, de Deus.

Consideram-se como sinais de possessão do Demónio:
- dizer muitas palavras de língua desconhecida ou entender quem assim fala;
- revelar coisas distantes e ocultas;
- manifestar forças acima da sua idade ou condição natural;
- a aversão veemente a Deus e ao Santíssimo Nome de Jesus, à Virgem Maria e aos Santos;
- aversão à Palavra de Deus;
- aversão a ritos e objectos sagrados (v.g. o crucifixo), especialmente os sacramentais;
- aversão à água benta.

O exorcista deverá consultar peritos, entre os quais médicos neurologistas, psiquiatras, ou de outras especialidades em conformidade com o caso concreto.
Tenha sempre em consideração as manifestações de certas senhoras, similares a possessões, mas que apenas necessitavam de “homem”, como referia com alguma graça um Pe. não-exorcista, mas que durante a sua vida atendeu muitos possessos e cujo nome omitimos deliberadamente.
Se a exorcizada for uma mulher (e hoje, pelos muitos escândalos de que a Igreja Católica tem sido acusada, crianças), o sacerdote deve fazer-se acompanhar por duas ou mais pessoas de respeito, de preferência outra ou outras mulheres, católicas. 
Nada obsta a que outros profissionais o acompanhem nessa celebração, tais como médicos, psicólogos, enfermeiros, sociólogos, e sejam auxiliados nos casos mais graves por paroquianos com força necessária para poderem imobilizar o exorcizado.
A presença de um ou mais parentes do exorcizado, de um sacerdote auxiliar e de um médico não deve ser olvidada. O(s) familiar(es) podem ter algum ascendente sobre o exorcizado e conhecem as suas reacções, o sacerdote auxiliar pode continuar a celebração no caso do exorcista ficar impossibilitado por fraqueza, agressão ou mesmo morte (narram-se casos em que os sacerdotes terão falecido durante a celebração), e o médico poderá assistir qualquer um dos intervenientes, sendo caso disso, bem como avaliar a eventual falta de explicação da ciência médica para os sinais e sintomas patológicos que observa. 
O exorcismo não deverá nunca ser celebrado em público, mas em local reservado onde estejam expostas as imagens de Cristo crucificado e da Virgem Maria, não sendo divulgada qualquer notícia a seu respeito.



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A CELEBRAÇÃO DO EXORCISMO - RITUAL



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PRÁTICA – CELEBRAÇÃO DO EXORCISMO

Segue-se o Ritual de celebração de um Exorcismo Maior, ainda que sintético, conforme estabelecido no Ritual Romano reformado por Decreto do Concílio Ecuménico Vaticano II e promulgado por autoridade de S.S. o Papa João Paulo II (caso algum interessado tenha interesse legítimo no texto completo, poderei remeter-lho, em latim ou português).


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PREPARAÇÃO PARA O EXORCISMO

Antes de começar a celebração do exorcismo, o exorcista deve preparar-se convenientemente, dizendo a sós uma oração, nomeadamente:

Senhor Jesus Cristo, Palavra de Deus Pai, Deus de toda a criação, que destes aos vossos santos Apóstolos o poder de submeter os demónios ao vosso nome e destruir toda a força do inimigo; Deus santo, que, entre as maravilhas da vossa benigna providência, Vos dignastes mandar: «Expulsai os demónios»; Deus forte, que fulminastes Satanás com o vosso poder, precipitando-o do céu, como um raio: humildemente imploro com temor e tremor o vosso santo nome, para que, sustentado pela vossa fortaleza, possa combater confiadamente o espírito maligno que atormenta esta vossa criatura. Vós que haveis de vir para julgar os vivos e os mortos e o mundo pelo fogo. 
Amen.


RITOS INICIAIS

O sacerdote exorcista dirige-se para o lugar da celebração, revestido com a alva ou a sobrepeliz sobre a veste talar e estola de cor roxa.

Faz a reverência ao altar ou na falta deste, à cruz e vai para o seu lugar. O sacerdote e os fiéis, de pé, benzem-se, e o exorcista, voltado para os presentes, diz:

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amen.

Em seguida o exorcista, abrindo os braços, saúda os presentes, dizendo:

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.

Se parecer oportuno, o exorcista benze a água, dizendo, de mãos juntas:

Deus eterno e omnipotente, fonte e origem de toda a vida do corpo e da alma, abençoai esta água, que vamos aspergir sobre nós para implorar o perdão dos nossos pecados e obter a graça da vossa protecção contra todos os males e insídias do inimigo. Concedei-nos, Senhor, pela vossa misericórdia, que brotem sempre para nós as águas vivas da salvação, para que, livres de todos os perigos do corpo e da alma, cheguemos à vossa presença de coração puro. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. 
Amen.

Então o exorcista, tomando a água benzida, asperge o fiel atormentado e os presentes, bem como o lugar, dizendo:

Esta água nos recorde o nosso Baptismo em Cristo, que nos redimiu com a sua Paixão e Ressurreição.
Amen.


SÚPLICA LITÂNICA

O exorcista fala aos presentes, convidando-os á oração, dizendo:

Imploremos humildemente, irmãos caríssimos, a misericórdia de Deus omnipotente, para que, pela intercessão de todos os Santos, oiça benignamente a voz da sua Igreja em favor deste nosso irmão N. (desta nossa irmã N.), que sofre tão grande provação.
Amen.

O exorcista e os outros participantes ajoelham-se e começa a ladainha onde se podem inserir outros Santos, em especial o Padroeiro do atormentado.

Terminada a ladainha, o exorcista de pé diz a seguinte oração:

Deus de bondade infinita, que estais sempre pronto a compadecer-Vos e a perdoar, atendei a nossa súplica e fazei que este vosso servo (esta vossa serva) N., oprimido(a) pelas cadeias do poder diabólico, seja liberto(a) pela vossa benigna misericórdia. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amen.


RECITAÇÃO DOS SALMOS

Em seguida o exorcista pode recitar um ou vários salmos.

Salmo 90 (91)
Sob a protecção de Deus


LEITURA DO EVANGELHO

O exorcista lê o seguinte Evangelho:

O Verbo fez-Se carne e habitou entre nós
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João 
1, 1-14


IMPOSIÇÃO DAS MÃOS

Então o exorcista impõe as mãos sobre a cabeça do fiel atormentado e diz:

Desça sobre nós, Senhor, a vossa misericórdia, porque em Vós esperamos.
Senhor misericórdia.

Salvai o vosso servo (a vossa serva), meu Deus, que em Vós confia.
Senhor misericórdia.


SÍMBOLO DA FÉ

Depois o exorcista convida os presentes a professar a fé dizendo:
Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.

E passa à 

Recitação do Credo (Símbolo dos Apóstolos).


ORAÇÃO DOMINICAL

Em seguida o exorcista introduz a oração dominical, dizendo de mãos juntas:

Juntamente com o nosso irmão (a nossa irmã), supliquemos a Deus que nos livre do mal, como Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou:

Abre os braços e continua:

Rezando a oração do Pai Nosso


SINAL DA CRUZ

O exorcista mostra a Cruz e com ela abençoa o fiel atormentado, dizendo:

Pelo sinal da Cruz te liberte o Senhor, nosso Deus.


SOPRO

Se parecer conveniente, o exorcista sopra para a face do fiel atormentado, dizendo:

Com o vosso Espírito, Senhor, afastai os maus espíritos: mandai que se afastem, porque chegou o vosso reino.



FÓRMULAS DO EXORCISMO

Em seguida o exorcista profere a fórmula deprecativa do exorcismo maior.
Se parecer oportuno, acrescenta também a fórmula imperativa.


FÓRMULA DEPRECATIVA

Deus, criador e protector do género humano, olhai para este vosso servo (esta vossa serva) N., que formastes à vossa imagem e chamais a participar na vossa glória: o antigo adversário atormenta-o (a) ferozmente, com poderosa dureza o (a) oprime, com cruel terror o (a) aflige.
Enviai sobre ele (ela) o vosso Espírito Santo, para que o (a) fortaleça no combate, o (a) ensine a orar na tribulação e com a sua poderosa protecção o (a) defenda.

Escutai, Pai Santo, o gemido da Igreja suplicante: não deixeis que o vosso filho (a vossa filha) sofra a possessão do pai da mentira; que o vosso servo (a vossa serva), remido (a) pelo sangue de Cristo, vosso Filho, esteja prisioneiro (a) no cativeiro do diabo; que o templo do vosso Espírito Santo seja morada do espírito imundo.

Ouvi, Deus de misericórdia, as preces da Virgem Santa Maria, cujo Filho, ao morrer na cruz, esmagou a cabeça da antiga serpente e confiou à sua Mãe como filhos todos os homens: resplandeça neste vosso servo (nesta vossa serva) a luz da verdade, entre nele (nela) a alegria da paz, tome posse dele (dela) o Espírito de santidade e, com a sua inabitação, o (a) torne sereno (a) e puro (a).

Ouvi, Senhor, a intercessão do Arcanjo São Miguel e de todos os Anjos que incessantemente Vos servem: Deus de todos os poderes, repeli a força do diabo; Deus da verdade e do perdão, afastai as suas insídias enganadoras; Deus da liberdade e da graça, desligai os laços da iniquidade.

Deus clemente, que no vosso amor infinito quereis a salvação humana, ouvi a oração dos vossos apóstolos São Pedro e São Paulo e de todos os Santos, que por vossa graça foram vencedores do Maligno: libertai este vosso servo (esta vossa serva) de todo o poder do mal e guardai-o (a) são e salvo (sã e salva), para que, recuperando a tranquila piedade, Vos ame com todo o coração e Vos sirva nas suas obras, Vos glorifique no seu louvor e Vos exalte na sua vida.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amen.


FÓRMULA IMPERATIVA

Eu te esconjuro, Satanás, inimigo da salvação humana: reconhece a justiça e bondade de Deus Pai, que condenou com justo juízo a tua soberba e inveja: afasta-te deste servo (desta serva) de Deus, N., que Deus formou à sua imagem, enriqueceu com os seus dons e adoptou como filho (filha) da sua misericórdia.

Eu te esconjuro, Satanás, príncipe deste mundo: reconhece o poder e a força de Jesus Cristo, que te venceu no deserto, te derrotou no Horto das Oliveiras, te destronou na cruz e, ressuscitando do sepulcro, transferiu os teus troféus para o reino da luz: retira-te desta criatura de Deus N., que Jesus Cristo, nosso Senhor, nascendo, tornou seu irmão (sua irmã) e, morrendo na cruz, adquiriu pelo seu sangue.

Eu te esconjuro, Satanás, sedutor do género humano: reconhece o Espírito da verdade e da graça, que desarmou as tuas ciladas e desfez as tuas mentiras: sai desta criatura de Deus N., que Ele marcou com o selo divino; retira-te deste homem (desta mulher), que Deus, com a unção espiritual, converteu em seu templo sagrado.

Por isso, afasta-te, Satanás, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; afasta-te, pela fé e a oração da Igreja; afasta-te pelo sinal da santa Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele que que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Amen.



ACÇÃO DE GRAÇAS

Depois da libertação do fiel atormentado, o exorcista e os presentes proferem o cântico:

A minha alma glorifica o Senhor 
e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.
Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: 
de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.
O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geração 
sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço 
e dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos 
e exaltou os humildes.
Aos famintos encheu de bens 
e aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel, seu servo, 
lembrado da sua misericórdia,
como tinha prometido a nossos pais, 
a Abraão e à sua descendência para sempre.

Glória ao Pai e ao Filho 
e ao Espírito Santo,
como era no princípio, 
agora e sempre. Amen.


Em seguida o exorcista diz a seguinte oração:

Deus criador e salvador de toda a humanidade, que acolhestes na vossa benigna misericórdia este vosso amado servo (esta vossa amada serva), protegei-o (a) pela vossa admirável providência e conservai-o (a) na liberdade que o vosso Filho lhe concedeu: fazei, Senhor, que o espírito da iniquidade nunca mais tenha poder sobre ele (ela); mandai que nele (nela) habite a bondade e a paz do Espírito Santo, de modo que seja livre de todo o temor do Maligno, porque está connosco o Senhor Jesus Cristo. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Amen.


RITOS FINAIS

Para a despedida, o exorcista, voltado para os presentes e abrindo os braços, diz:

A paz de Deus, que excede toda a inteligência, guarde os vossos corações e o vosso espírito no conhecimento e no amor de Deus e de seu Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Amen.

Continua:

Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.

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